Isso porque o primeiro passo será cobrar que a Petrobrás se explique por que vendeu o ativo pela metade do preço
Omar Aziz, Bolsonaro com Michelle, joias e RLAM (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado | André Valentim/Agência Petrobras | Carolina Antunes/PR | Reprodução/Twitter)
247 – A investigação aberta pelo senador Omar Aziz (PSD-AM) sobre a venda da refinaria Landulpho Alves ao fundo Mubadala, potencializada após a descoberta de que Jair Bolsonaro recebeu propina de R$ 16,5 milhões de autoridades árabes, tem potencial para anular a privataria. Isso porque o primeiro passo será cobrar que a Petrobrás se explique por que vendeu o ativo pela metade do preço – o que representou uma economia da ordem de R$ 10 bilhões.
A refinaria, que pertencia a Petrobrás, foi vendida para Mubadala Capital pelo valor de US$ 1,8 bilhão, abaixo da estimativa feita pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), que indica que a refinaria valia entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões.
“Como presidente da comissão CTFC, vou abrir investigação no Senado sobre a venda refinaria da Petrobras Landulpho Alves, na Bahia, para o fundo árabe Mubadala Capital”, postou Aziz nas redes sociais.
“Qualquer violação ao interesse da União, relação com a tentativa de descaminho de joias, ou qualquer ato que tenha gerado vantagens a autoridades nessa venda, será levado à Justiça para punição dos envolvidos”, ressaltou em seguida.
Ainda conforme o senador, “o primeiro passo da comissão será pedir documentos da Petrobras sobre a avaliação de preço abaixo do valor de mercado do ativo brasileiro para os estrangeiros”.
O Mubadala
O Mubadala Investment Company é um fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos (EAU), sediado em Abu Dhabi. Foi criado em 2002 com o objetivo de diversificar a economia do país e gerar retornos financeiros sustentáveis para o governo.
O Mubadala gerencia mais de US$ 230 bilhões em ativos em diversas classes de ativos, incluindo petróleo e gás, tecnologia, imóveis, infraestrutura, serviços financeiros, aeroespacial, semicondutores e metais. O fundo é uma das maiores entidades de investimento do mundo e tem participações em várias empresas globais conhecidas, como a AMD, Emirates Global Aluminium, Ferrari, General Electric, entre outras.