Fachada da sede da vinícola em SP levou banho de tinta vermelha em ato promovido por mulheres do MST, que cobram punição à empresa por manter trabalhadores em condições análogas à escravidão
Ato de mulheres do MST contra a vinícola Salton em SP; empresa está envolvida com trabalho escravo.
Créditos: Comunicação MST
RevistaFórum
Por Ivan Longo
Mulheres do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), como parte dos atos em alusão ao Dia Internacional das Mulheres, realizaram na tarde desta quarta-feira (8) um protesto em frente à sede da vinícola gaúcha Salton em São Paulo.
O ato teve por objetivo chamar atenção para o escândalo do trabalho escravo que envolve a Salton e outras duas vinícolas da Serra Gaúcha, a Aurora e Cooperativa Garibaldi, e cobrar punição a essas empresas.
Conforme amplamente divulgado pela imprensa, 207 trabalhadores – a maioria deles aliciados na Bahia – foram resgatados, no final de fevereiro, em operação conjunta da Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em situação análoga à escravidão.
Aliciados, em sua maioria, na Bahia, esses homens foram à Serra Gaúcha para trabalhar na safra da uva através de uma empresa terceirizada que tinha contratos de mão de obra com as três vinícolas. As condições dos trabalhadores eram degradantes e eles sofriam, inclusive, castigos físicos.
As três vinícolas, que vêm afirmando que desconheciam a situação dos trabalhadores, estão sendo investigadas pelo MPT e podem, em última instância, perderem suas terras e terem seus bens confiscados, segundo versa a Constituição Federal.
Com palavras de ordem e “banho” de tinta vermelha na fachada da sede da Salton em São Paulo, as mulheres do MST reforçaram a denúncia contra as vinícolas e cobraram punição. “Contra o trabalho escravo, mulheres e resistência”, gritavam.
Veja abaixo vídeo do ato