Maior jornal chinês voltado ao público internacional aponta que cooperação econômica será um tema-chave durante a visita e que Lula é um velho amigo da China
Xi Jinping e Lula (Foto: REUTERS/Tingshu Wang | Ricardo Stuckert)
Global Times — A convite do presidente chinês Xi Jinping, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva fará uma visita de Estado à China no final deste mês, o Ministério das Relações Exteriores chinês anunciou sexta-feira. A cooperação econômica será um tema-chave durante a visita, disseram especialistas, observando que a cooperação reforçada entre os dois lados ajudará a aumentar a confiança da comunidade internacional na recuperação econômica na era pós-pandêmica.
Lula visitará a China de 26 a 31 de março, anunciou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying.
A visita chega em um momento crítico na era pós-pandêmica. A cooperação econômica entre a China e o Brasil será um dos principais tópicos a serem abordados durante sua visita, disse Pan Deng, diretor-executivo do Centro de Direito da Região da América Latina e Caribe da Universidade de Ciência Política e Direito da China, ao Global Times nesta sexta-feira.
“As comunicações mútuas e o estímulo à economia são de grande importância para remodelar e aumentar a confiança na ordem econômica internacional como um todo na era pós-pandêmica”, disse Pan Deng.
Lula tomou posse como presidente do Brasil pela terceira vez em janeiro.
Especialistas previram que sob a presidência do veterano político de esquerda, que também é um velho amigo da China, a cooperação econômica e comercial entre a China e o Brasil será ainda mais aprofundada, o que ajudará a aliviar a situação de alta inflação e baixo crescimento econômico do Brasil.
Espera-se elevar a confiança mútua entre a China e o Brasil na cooperação bilateral no âmbito do bloco de mercado emergente BRICS, assim como a cooperação em economia e comércio, proteção ambiental, economia verde e outros campos, disseram os observadores.
O Brasil é uma grande potência responsável e uma potência crescente que compartilha objetivos comuns, uma fase de desenvolvimento semelhante e uma estrutura econômica complementar com a China, disse Pan.
O retorno triunfante de Lula à presidência do Brasil levou as relações China-Brasil ao caminho certo, que antes sofrera um atraso devido ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Pode-se prever que as relações bilaterais entre os dois países serão impulsionadas, rompendo obstáculos e caminhando para um caminho mais brilhante, observou Pan.
Como defensores do multilateralismo, uma relação bilateral melhor e mais profunda entre a China e o Brasil certamente contribuirá para a paz e a justiça da ordem internacional.
O comércio entre a China e o Brasil é particularmente complementar, com o Brasil tendo uma vantagem na produção de produtos agrícolas e a China tendo produtos que atendem à necessidade do Brasil de melhorar sua subsistência, observou Pan.
A China e o Brasil estão na mesma página ao concordar sobre os grandes benefícios da tecnologia para o desenvolvimento nacional, portanto haverá muita cooperação entre os dois países neste campo, notavelmente aplicação da internet, aviação civil e novas energias, disse Pan.
“A união das mãos entre a China e o Brasil na cooperação tecnológica beneficiará o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e a subsistência das pessoas em todo o mundo, e verá os países em desenvolvimento darem uma contribuição neste sentido”, disse o especialista.
O volume do comércio bilateral entre a China e o Brasil em 2022 atingiu cerca de US$171,5 bilhões, mostrando um aumento anual de 4,9%, de acordo com a alfândega chinesa.
Os principais produtos que a China importou do Brasil em 2022 incluíram areia de ferro e soja, enquanto os principais produtos que a China exportou para o Brasil incluíram equipamentos de máquinas, equipamentos de informática e comunicação, assim como veículos de transporte.