Ministro Benedito Gonçalves, corregedor da Corte eleitoral, afirma em decisão que Bolsonaro explora em sua campanha “situações propiciadas por sua condição de Chefe de Estado”
Bolsonaro foi alvo de protestos em Nova York (Foto: Divulgação | Talita Aguiar)
247 – O corregedor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Benedito Gonçalves, proibiu que Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, use em sua propaganda eleitoral e nas redes sociais oficiais de campanha imagens relativas ao pronunciamento feito na 77ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).
Na decisão, o ministro afirma que “a utilização das imagens na propaganda eleitoral seria tendente a ferir a isonomia, pois faria com que a atuação do Chefe de Estado, em ocasião inacessível a qualquer dos demais competidores, fosse explorada para projetar a imagem do candidato”.
Em discurso na ONU feito nesta terça-feira (20), em tom de campanha, Bolsonaro criticou o candidato do PT a presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, sem citar seu nome.
Para o corregedor do TSE, ao adentrar a propaganda, “o material, que reproduz motes reiteradamente repisados” por Bolsonaro na condição de candidato, “é passível de incutir no eleitorado a falsa percepção de que assiste a uma demonstração de apoio internacional à candidatura, quando, na verdade” ele “está representando o Brasil no exercício de prerrogativa reconhecida ao país desde o ano de 1949”.
Segundo o ministro, o discurso de Bolsonaro na ONU, “sob pretexto de propor uma reflexão à comunidade internacional, rapidamente é direcionado para que cada governante avalie o que está acontecendo ‘no plano interno’”. Ainda segundo o corregedor do TSE, “há um contexto em que se tem identificado, até o momento, um esforço do candidato à reeleição em explorar em sua propaganda eleitoral situações propiciadas por sua condição de Chefe de Estado”.
O ocupante do Palácio do Planalto foi alvo de protestos em Nova York. Uma mega-projeção foi feita no prédio que é sede da ONU em Nova York. As imagens tratavam Bolsonaro como “vergonha brasileira”, “desgraça” e “mentiroso”.
O pedido de proibição do uso das imagens foi feito ao TSE pelo PDT.